sexta-feira, abril 21, 2006

" Carta para alguém bem perto"


Foto:Isah

Ainda estou absorvendo seu último texto pra mim, ainda estou tecendo mentalmente o seu; digo mentalmente no sentido de refletir sobre cada palavra que você me deu... Porque quero te escrever algo despretensioso e doce como são as coisas vindas do fundo do coração.Quero cometer delicadezas como bordar a palavra AMOR nos travesseiros com os fios mais dourados do meu cabelo...

Estou com saudades de algumas coisas. Saudades de você, de escrever pra você no meio daquela furiosa inspiração,saudades das palavras que nunca usei por não conhecê-las ainda. Sei que tenho lido e lido e lido, mas nada de novo tem se revelado a mim, por enquanto.Sinto saudades da insônia produtiva, do domingo enclausurada com uma garrafa de vinho e mil coisas pra passar pro papel. Saudades das frases de efeito, do efeito do vazio que fica quando se esvai em palavras intermináveis e borbulhantes que se envia imediatamente como que para se livrar daquilo tudo que foi violentamente sentido de uma só vez. Uma coisa de cada vez não funciona comigo: tudo ao mesmo tempo é que faz vibrar. Eu só consigo sussurrar depois do grito. E pra me sentir viva, eu tenho pequenas mortes diárias.

O que tenho pra te escrever já está pronto, o que falta são asas impermeáveis que possam suportar o sal do mar_ é que é na praia que me vêem as frases que compõe meus mais nobres sentimentos. E o que sinto, quando for até você, chegará banhado de sol, brotado do solo do peito.

Hoje é feriado aqui e o dia está lindo: em dia de praia o sol escorrega pelas paredes da página em branco manchando tudo de azul...

Te escrevo porque nesses últimos dias meu peito latejou de amor por você. E fiquei contemplando seus passarinhos_ paradoxalmente livres dentro dos seus poemas.

O que eu tenho pra contar é pouco: nos feriados as coisas correm distraidamente e falta motivo pra refletir sobre elas. E a gente fica querendo lamber o sol e pular onda e beber cerveja, enfim, viver tudo com um vestido florido bem levinho que é pra ser bem leve mesmo e poder dançar com o vento com aquela cara boa bem corada e os cabelos desgrenhados denunciando a descontração. Quando chove, bem, quando chove a gente aproveita pra fertilizar alguma área da nossa vida. E muitas vezes quase me apaixonei, mas como não desenrolou, o sentimento ainda está à espera... Às vezes fico triste e, logo depois, feliz. Nessa oscilação, no meio desses extremos, ás vezes só um vácuo, outras um grande fio embaraçado. Clarice eu releio sempre e bem devagar que é pra não terminar o livro. Música eu ouço as do rádio que é pra ter a surpresa da próxima. Continuo sensível, sensível e chorando nas despedidas. Têm dias que tudo que eu mais queria era estar em Brasília. Têm dias que tudo que eu mais queria é ter o que já tenho_ aí fica bem mais fácil. Têm também aqueles dias que são só dias e que não há qualquer opinião pra se formar sobre eles... têm vidas que se parecem muito com esses dias.

No mais, hoje eu acordei tão bonita que me vesti de branco. No mais, eu sinto você presente numa doce lembrança de abraço, afago, amor, poesia.
No mais... não há mais.
E você, como está?

16 comentários:

Su. disse...

Quem eu?
estou a sorrir...
bebada de qualquer substancia que me é completamente conhecida... ou não...

Su. disse...

sabes q a minha mãe chamava-se Margarida? e o meu pai Mario? e que o meu irmão (lindo lindo) se chama Sérgio!

Bem vinda a minha vida.

è um prazer conhecer-te.

Su. disse...

Ps: ainda n me deste a tua cx postal para te enviar um livro do Mia...

ferraosusana@intra.co.mz

Su. disse...

:)

Anônimo disse...

Eu muito bem e vc parece melhor ainda, hein?
O feriado foi produtivo!
:)
bjins

Bela disse...

Escrevi, de manhã, sobre o meu dia cinza e cheio de estranhamento...e sai num vestido vermelho, de sandálias, nesse verão que começa com chuva em Brasília, pra ver se eu contaminava minha alma de alguma cor...Um por-do-sol vermelho e azul, que só essa terra tem, coloriu meu espírito e trouxe a leveza de volta! Thanks God!

Lindíssima carta!!!

Beijo, querida!

Elenita Rodrigues disse...

=*******
Lindas!!!

Su. disse...

Voltei!
...li de novo tudo para ver se entra em mim, se ficam gravadas as palavras num lugar qualquer de mim.

Como sabes n sou dada a vicios, contudo ainda a tempo chego á conclusão, que sou viciada em pessoas, não em qualquer pessoa, nestas pessos,tu já és um vicio meu.

Su. disse...

A Elineta, manda bjs pra nós??
:)
beijos!

Su. disse...

Ei tu?
Como estás?
Onde Estas?
Que fazes?

EScuto-te, sem silencio, quero te ler... To com sede...

Su. disse...

A sorrir, e de coração feliz continuo a ler e reler e ler a tua carta… brinco com os sons, salto descalça na areia, e nua de mim volto a sorrir… engraçado este poder que tens… esta doçura representada num gesto tão despretensioso de existir pelo custo do nada em troca… são leves as tuas sílabas, tão cheias de sons e flores e deliciosos desconhecidos odores… fazem-me querer o aconchego de um café, o gesto de um bolo de laranja, conversas de varanda, passeios numa praia de Inverno, e mimos, e colo e um abraço apertado q só amigos sabem dar… que sentir doido, fico meia perdida, sem saber para onde olho, achando que não deveria estar nesta secretária nem neste local a escrever…não quero estar aqui, quero um jardim, cheio de verde, um papel em branco e num jogo de tintas amenas, com a calma da brisa de um olhar, elevar-me daqui… correr para me apaixonar pela vida, pela liberdade das borboletas… e saltar sobre as cores pintando com estas mãos que escrevo uma aguarela só para ti.

E paro… e deixo-me dizer-te que tenho uma vida bonita, apesar de alguma dor, sei rir também com o corpo todo e chorar como criança das mais simples emoções, existo toda á flor da pele, que de ser tão branca me obriga a querer sempre sol, amarelo que não cansa, que me faz andar de mochila quando viajo por mil ruas do nosso mundo, me fascina e me dá ganas de correr para as “cavalitas” de alguém doces olhos grandes da cor de chocolate, amargos são os dias sem som, porque não me vejo sem musica, de todas as idades, porque adoro histórias passadas de hoje de qualquer lugar, respeito o mar, o que de profundo temos, e mais que isto só ter um filho que nos tira e nos dá, e mais que isto tudo o que se perde ganha-se, porque dEus está em nós, e somos iguais, não preciso de uma grande palácio cheio de ouro para sentir paz, rezo a mim, e aos homens que se acham maiores viro-lhes as costas, nasci menina mas com jeito bravo e selvagem dos guerreiros da floresta, sou o eterno grito do que está errado e amo o beijo e esse olhar, amo gente e não paro de amar, como a agua que me rodeia e me acrescenta ar.

Fala-me sempre, conta-me uma história de outro mar, amar.

Su. disse...

Escrevi para o BlaBlaBla, mas n consigo postar nada lá, resolvi enviar directo.

Anônimo disse...

Quem diz que imagem vale mais que palavras, que uma imagem diz tudo, é porque nunca "te leu". Com suas palavras vejo colorido; toco e sou tocada e muuuuuuitas vezes sacudida; sinto cheiros; escuto ruídos, risadas, choros, o mar, eu mesma; e salivo as delícias que seus textos me proporcionam.

É por isso que volto pra casa chorando dentro do ônibus, incrivelmente agradecida e assustada, eu confesso, com toda essa sua capacidade de se expressar e sensibilizar o outro.

É por isso que depois de ler-te me dá uma vontade danada de te abraçar apertado.

Você é demais, Marlinha.

Aquele abaço.
Jordana

Anônimo disse...

Quem diz que imagem vale mais que palavras, que uma imagem diz tudo, é porque nunca "te leu". Com suas palavras vejo colorido; toco e sou tocada e muuuuuuitas vezes sacudida; sinto cheiros; escuto ruídos, risadas, choros, o mar, eu mesma; e salivo as delícias que seus textos me proporcionam.

É por isso que volto pra casa chorando dentro do ônibus, incrivelmente agradecida e assustada, eu confesso, com toda essa sua capacidade de se expressar e sensibilizar o outro.

É por isso que depois de ler-te me dá uma vontade danada de te abraçar apertado.

Você é demais, Marlinha.

Aquele abaço.
Jordana

Anônimo disse...

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A poesia acontece quando as palavras se abraçam...