Gosto de muitas coisas, faço diversas outras e tento otimizar o meu
tempo da melhor maneira possível. Mas escrever é minha essência, minha inquietação,
meu alívio. É o que me move, salva, aprimora. As palavras são pessoas que
abraço com toda a candura do meu coração. Com elas aprendi a ter compreensão
(porque nem sempre se disponibilizam quando quero e da forma que idealizo) e
paciência (para esperar o momento em que haja uma comunhão, uma reciprocidade
neste meu namoramento com elas). As palavras cobram de mim honestidade e nudez,
não há como ser leviana com um amor tão bonito (sim, aqui cabe esta
redundância). E é nesta minha tentativa de achar conforto dentro do caos, que
alguns corações acabam encontrando acolhimento nos meus textos. Porque, às
vezes, eles são uma bronca, ou um incentivo, ou a tentativa de mostrar um
ângulo novo do mundo, um sopro de esperança, mas, sobretudo, meu jeito de
tentar cumprir minha missão nesta existência. Sei que esta identificação dos
meus leitores é consequência da minha humanização: falo sobre coisas
universais, coisas pelas quais eu passei ou passo como amor, separação,
reconstrução da autoestima, etc... Eu não saberia superar um dia se eu não
pudesse ter algum contato com a palavra. Esta é a minha co-dependência. Esta é
a minha insônia. Esta é a minha renovação, minha alegria. E sou grata ao Universo
por, às vezes, apenas uma frase ser o antídoto das minhas emergências.
Obrigada por fazerem este trajeto
comigo.
*
Marla de
Queiroz