segunda-feira, julho 17, 2006

Pra compartilhar


Foto:David Marcos Vazquez

Tudo foi especialmente bonito, inclusive o cenário: os dias estavam irretocáveis mesmo no inverno. Corei as bochechas no sol pra depois vestir branco e casaco colorido e me proteger da agulha fria do vento_ eu parecia uma borboleta com asas patchwork.
Especialmente bonito também foi o momento em que o assunto se estendeu até alcançar a raiz das minhas palavras e desenterrar uma história antiga pra sanar uma curiosidade alheia e curar uma ferida minha. Então vieram as flores em cima da mesinha do computador com a carta mais doce que dizia:


“ Abriste teu mundo pra mim com tamanha doação...Continuo vendo que não és uma privilegiada e, sim, uma buscadora de tons novos para tua caminhada. Teu colorido encanta, essas flores são ‘vermelho-marla’, vermelho para combinar com todo amor que é teu...e de mais ninguém...”

Tomei um banho quente de 25 minutos, lavei cuidadosamente os cabelos e aproveitei pra chorar... É que tem cores novas que surgem na minha vida e que por falta de alguma ousadia em saber simplesmente aceitar, choro pra aprender a receber sem tentar retribuir imediatamente. Eu fico constrangida com presentes muito grandes porque me desmantelam, me deixam mole, derretida, vulnerável.
O que ficou disso tudo além da beleza, foi a promessa de que abrirei meu coração pra essa coisa que evito por ser desconhecida, assustadora e necessária.

E nem quero pensar na solidão desses meus primeiros passos.

(Marla de Queiroz)

Que a semana comece bem pra todos nós. Que as experiências nos alarguem por dentro e nos melhorem...sempre. E que haja alegria. E serenidade quando houver dor.Porque isso tudo é só uma parte do processo.Desse eterno processo. Não percam o foco, nem a esperança. A meteorologia nem sempre está certa.

8 comentários:

Anônimo disse...

Essa sua forma tão poética e verdadeira de ver a vida me deixa sinceramente encantada.
Tenho aprendido a não perder o foco. E mesmo quando o arado nos rasga por dentro, entendo q esse processo é necessário já q sem isso a 'terra' não pode ser adubada, plantada e as flores e os frutos não podem nascer.

Beijos ternos e saudosos

Rayanne disse...

Que essas asas "patchwork"
descrevam um vôo rasante
E transformem teu semblante
Um sorriso devagar que fique.
Que as lágrimas sirvam apenas
Para lavar pinçéis
e buscar novas cores.

*aqui no cantinho do meu azul muito escuro, com o pensamente te desdobrando em flores.

Estrelinhas, linda.

Anônimo disse...

Os meus olhos se encheram de lágrimas... você coloriu o meu dia e falou num cantinho do meu coração que teimava em não ouvir.

Semana linda e com tanto amor possível.

Anônimo disse...

Chorando... eu choro de amor por você e lembro como você não me assustou - e sim me encantou, me cativou a primeira vista.... e só sinto vontade de expor aqui um único texto - nada menos que o meu:
"primeiro texto". Com muito amor e um coração abarrotado daquela lingua que só nós falamos.


Observando, relembrando e admirando . . .


Mas uma vez esta gargalhada, gargalhada gostosa que por um instante me faz lembrar a primeira vez que a vi e como a vi, olhei e admirei.
Bem, no início, eram meias coloridas, blusas de botão, mexia nas unhas a aula inteira, óculos no rosto, olhar atento. Com o tempo foi aparecendo, brilhando e conquistando as pessoas de uma maneira intensa, forte, como sua escritora predileta que certa vez disse: “Eu escrevo sem esperança de que o que escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada . . . Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro . . .”.
Desabrochar sentimentos, ela faz como ninguém. Com suas crônicas me rouba suspiros, lágrimas, com seus contos eróticos, as pessoas vão à loucura tentando imaginá-la ali toda pintada com todas as cores do seu arco-íris.
Como a lua, ela também é de fases, alegre, cheia, irritada, minguante, reservada, nova . . . Em seus momentos de escrita e de vinhos, crescente. Intensa? Sempre. A minguante, como ela diz, “é tão necessária quanto a crescente”. Portanto que venham todas as fases.
Risonha ou tristonha é ela. Está em todas as tribos e a elas pertence, em uma única noite é beijada por todos, quem não a conhece, nunca a viu, se encanta, se surpreende com sua luz, com seu sorriso e seus cachinhos (ora escuros, ora claros). Seu gaitoraide lhe mantém com força total para estar ali na porta da faculdade aconselhando, ensinando, desabafando, elogiando, ou lendo um dos belos textos de amor, ou de crítica.
Assim a observo neste momento feliz e mais desabrochada. Quatro períodos, quatro fases, quatro estações de muitas descobertas, cada vez mais mulher, cada vez mais querida e cada vez mais gostosa, gostosa ela, gostosa a gargalhada. É apaixonante observar, relembrar, conviver, sambar, com esta maravilha de mulher, e assim continuo a ser a sua Lua particular.



Te amo.

Bela disse...

Marlíssima,
pelo cartão que veio nas flores, posso entender que vc encontrou alguém tão especial quanto vc. E que te percebe na inteireza! Que raridade, minha flor!
Fico na torcida disso ser o prenúncio de uma felicidade transbordante!
Montes de beijocas.
De pompom, saiota e aos pulinhos
Bela

Anônimo disse...

te amo !!!!
Alguém explica????
:O)

Anônimo disse...

I'm impressed with your site, very nice graphics!
»

Anônimo disse...

Querida desconhecida,

Sou o autor da fotografia que vc pegou pra seu post. Nao sei exatamente onde vc achou ela, mas fico muito obrigado pelo seu reconhecimento e pela difuçao do meu trabalho. Me deu ai uma força pra continuar trabalhando.

Essa fotografia foi feita muito longe do Rio, na desconhecida provincia de Guadalajara, na espanha, faz alguns anos.

Postar um comentário

A poesia acontece quando as palavras se abraçam...