quarta-feira, maio 24, 2006

REFORMAS


Foto:Ilana Lerner

Estou reformando minha casa enquanto a inspiração tira férias.
Não quero postar aqui textos empoeirados de gavetas antigas
nem catar palavras nos escombros das minhas angústias.
Quero reformular meus espaços, ampliar meu ambiente interno
e preparar o meu ventre para o poema novo...
Não quero a palavra precipitada nem a repetição dos fatos.
Estou mudando a casa de sentimento, abrindo as cortinas
para o sol e para o vento que passeia entre as coisas
renovando.
(Quero água limpa pra regar minhas flores).
Vou escrever dentro de outro tempo, em outro ritmo
até que o poema me contemple novamente
com afeto e vire feto
até que se torne nova-mente um novo-amante
até que desabroche em meu ventre.

(Porque é preciso paciência, dedicação e uma espécie de delicadeza
para se parir uma coisa viva.)

Vou demolir minha casa para esculpir minuciosamente o duradouro ...
Cansei de morar eternamente no efêmero...
*
*
*

(Marla de Queiroz)

8 comentários:

Anônimo disse...

Interesting....

:-)

Anônimo disse...

Tenho certeza que essa reforma vai ser concluida com muito sucesso, uma casa linda e cheia de flores!!!
Bjo fica em paz!!!!!

Bela disse...

Pois, sim...tantos de nós precisam de reformas...e tão poucos de nós realmente as fazem. Eu me apavoro, vez ou outra... mas amo as reformas, aquelas mais pesadas, de derrubar paredes, pôr abaixo as portas e janelas. Tão melhor do que viver a "síndrome do mausoléu" (quando se vive nas mesmas pegadas, em círculos, monótonamente, repetindo as rimas e as ins-pirações, feito mortos-vivos). Mas volte logo, não se demore na quebradeira, viu?!
beijos reconstrutores

Su. disse...

A reforma é o que está a dar!

FORÇA repinta vira do avesso!

HAJA SAUDE E GANA DE VIVER!

beijo-te.

Anônimo disse...

Boas energias pra você, sempre!!!!
Beijocas.

Luiz Zonzini disse...

Nos recebe bem, mesmo indo. Com o café passado e a hospitalidade que prometera.
Coloca tuas coisas na trouxa, e prende com um cabo e leva nas costas. A poesia que você tem te ilumina.
Sem perceber, vira casulo e depois abre as asas. Vai voar, voltar com mais perfume.
Um beijo.

Anônimo disse...

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A poesia acontece quando as palavras se abraçam...