quinta-feira, maio 11, 2006

Clarice



" E como um velho que não aprendeu a ler ele mediu a distância que o separava da palavra. E a distância que de repente o separou de si mesmo. Entre o homem e a sua própria nudez haveria algum passo possível a ser dado? (...) E ali estava ele. Que pretendera apenas anotar, nada mais que isto. E cuja inesperada dificuldade era como se ele tivesse tido a presunção de querer transpor em palavras o relance com que dois insetos se fecundam no ar. Mas quem sabe_ perguntou-se então na perfeita escuridão do absurdo_ quem sabe se não é na expressão final que está o nosso modo de transpor os insetos se glorificando no ar(...) Assim, pois, sentado, quieto, Martim falhara. O papel estava em branco..."

( A Maçã no Escuro_ Clarice Lispector)

Foto: Catarina Paramos

4 comentários:

Anônimo disse...

Lindo visual do blog, uma paz pairando no ar, adorei...beijos intermináveis pra você, fica com Deus!!!!!!

Su. disse...

ah!
e gostei de te ver, grandes mudanças representam a cor límpida do branco...
os ventos estão a chegar!
MUITO BOM SABER-TE ASSIM.

Anônimo disse...

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Anônimo disse...

Hey what a great site keep up the work its excellent.
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A poesia acontece quando as palavras se abraçam...