sábado, março 04, 2006

DESEJO


Foto Paulo Medeiros

Colada à tua boca a minha desordem.
O meu vasto querer.
O incompossível se fazendo ordem.
Colada à tua boca, mas descomedida
Árdua
Construtor de ilusões examino-te sôfrega
Como se fosses morrer colado à minha boca.
Como se fosse nascer
E tu fosses o dia magnânimo
Eu te sorvo extremada à luz do amanhecer.

( Hilda Hilst_ "Do Desejo" - 1992)

E para te sentir, só é preciso que eu me toque...

Um comentário:

Anônimo disse...

Very pretty design! Keep up the good work. Thanks.
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A poesia acontece quando as palavras se abraçam...