segunda-feira, setembro 21, 2009

Quando sexo não é intimidade


Intimidade não se consegue numa noite de sexo. Por maior que seja a troca, o prazer, a peripécia, o orgasmo. Intimidade é construída diariamente, na resolução de um conflito, na confissão de um trauma, na celebração das alegrias, na torcida por uma vitória, na confiança de partilhar os sonhos mais íntimos. E isso demanda tempo, investimento voluntário, e o desejo de comprometimento. Numa noite de sexo por sexo o que se consegue é uma espécie de alívio fisiológico, uma injeção efêmera de endorfinas e serotoninas, ou nem isso. Sexo por sexo poderá ser tão saudável quanto sexo com amor, mas não promove intimidade. A carícia de quem ama alimenta os seus campos sutis, sua alma; a carícia de quem vivencia apenas o desejo alimenta o corpo.(Uma luz ilumina a superfície, a outra penetra).

Penetrar um corpo numa relação sexual não necessariamente significa comunhão com ele. E o prazer, na ausência da comunhão, é muito mais solitário e individual, mesmo que simultâneo.

Penetrar um corpo com amor, é ter vontade de perder-se e a confiança de que se estará seguro nesta entrega de todos os sentidos. Poderá haver tanta poesia numa relação quanto em outra, mas intimidade não. Poderá haver tanta diversão e desejo em uma como em outra, mas intimidade só se consegue com o antes e o depois em consonância com o durante. Sexo sem amor pode ser tão gostoso quanto com. Mas poder dizer um EUTEAMO sonoro com toda a força do teu coração naquele momento em que alguém se funde a você, é um orgasmo-bônus que só a intimidade proporciona.

( De qualquer forma, o melhor dos sexos continua sendo o seguro. Porque intimidade também não dispensa preservativos. A menos que...)

*

*

Marla de Queiroz

16 comentários:

Anônimo disse...

bjoca flor!!! ^^
sempre por aqui...

Anônimo disse...

Impossível não concordar com vc... Fico sempre aguardando seus lindos textos.
Bjinhos.

Dois Cafés disse...

muito bom, Marla! é isso mesmo, mas tão poucas pessoas entendem...

Uênia Barros disse...

Marla tu é mara, adoro tuas palavras!
;♥

Juliêta Barbosa disse...

Marla,

A vida conjugada pronominalmente - nós - tem sempre um sabor a mais...

Thaisinha... disse...

Bem sutil essa diferença..

...e tão simples de perceber o quão necessário é o amor..

Thaisinha... disse...

Bem sutil essa diferença..

...e tão simples de perceber o quão necessário é o amor..

Marília Gabriela disse...

Vc sempre escreve com tanta verdade!

FEz refletir e refletir!

Obrigada por estas doses de "verdade" que tanto faz bem!

Vanessa disse...

nossa
essas palavras caíram como uma luva
eu precisava ler isso.


arrepiou.

beijo grande linda!

Fabi Tavares. disse...

Sabe a quanto tempo eu te leio? Mais de um ano, menina... E justo agora que resolvo fazer um blog, qual a primeira palavra do teu post? IN-TI-MI-DA-DE. Não falo nada.
Estarei por perto.
Tudo lindo aqui, até ;)

Unknown disse...

sempre arrasando! belo texto

N.M.L. disse...

volta!!!

Julia disse...

Escrevi sobre intimidade esses tempos... intimidade se conquista, pouco a pouco.

Mto bom!

Beijinho

JUICYLOVE disse...

Posso colocar esse seu texto no meu Blog? Achei demais!!!
Espero sua autorização
via twitter @juicylv ou no lucianatmc@hotmail.com!
Aguardo ...bjs

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

WAW! Perfeito! Alguma coisa no estilo do texto me lembra Carpinejar... mágico, poético e tocante! ;)

Anônimo disse...

Adoro o que vc escreve. Sigo vc no Twitter, e esse texto dobre Intimidade, eu tomei a liberdade de colocar no facebook com os devidos créditos ok??? abraços

Postar um comentário

A poesia acontece quando as palavras se abraçam...