sábado, fevereiro 10, 2007

Derramamento


Foto: Geisa
Dentro de mim, existe um Espaço Sagrado onde guardo minhas preciosidades.
Às vezes faço uma faxina lá e mudo tudo de lugar.Não é por maldade, é só vontade de ver um outro ângulo das coisas. Eu não gosto do olhar acostumado.Não gosto de ver um objeto num objeto, porque tudo pra mim tem entidade humana.E gente me tira o fôlego, vejo belezas demais quando amo, e amo sempre e tanto.
Às vezes eu desapareço mesmo, porque fico tão cansada.Fico tão cansada daquele cenário.Fico tão cansada daquele amor.Tão absurdada pelas coisas,me exaspero.Sempre é tanto.É que vivo num derramamento espesso de sentimento.Aí eu mudo o foco que é pra não cansar o outro também.Ou, às vezes eu não quero cuidar da ferida de ninguém, tão cansada que fico.Ou aquela alegria dele merece ser comemorada com outras pessoas porque estou no meu momento pleno de esvaziamento em que até a sedução me cansa.E só a solitude pode me acalmar.Por isso tão pouco escrevo.(Perdoe a carta não respondida).
Por isso durmo antes do sono.
Por isso, às vezes, tudo tão esquisito e ausente em mim.

Não sou sempre flor.
Às vezes espinho me define tão melhor.
Mas eu só espeto o dedo de quem acha que me tem nas mãos.
*
*
Marla de Queiroz

14 comentários:

Anônimo disse...

O verão tem a sua cor...
Não dá pra passar por esta Estação sem a sua companhia, impunemente...
Mude o foco, as fórmulas,mude a cor dos teus cabelos, mas não deixe de me levar em conta...nem precisa me levar tão a sério.
A saudade faz morada aqui.
Enquanto vc dorme.

Anônimo disse...

Esse cansaço é devido ao excesso. Olhar o sol, a olho nu, pode cegar. Intensidade de "sentir" e amar produz desgaste, mas é riqueza guardada. (Eu e nós todos aqui é que aproveitamos dessa riqueza).
Não me espete!!!! rs
Beijão!
Dora

Anônimo disse...

Amo vc!

Beijos com saudade.

Anônimo disse...

Cara, seu texto é bacana. E tem hora que cansamos de tudo, ultrasensibilidade, e você é livre. A liberdade, os livres têm hora que se chocam com este mundo caótico e conturbado.
Seu blog tá muito bom!
Beijo e ótimo fim de semana.

Cecília Braga disse...

Ah, Airumã!
"Para apalpar as intimidades do mundo é preciso saber: (...)
Desaprender 8 horas por dia".
Tão seu, Tão lindo!
Te Amo!

Leandro Jardim disse...

hoje troco o comentário poético pelo apauso!

o belo texto
o final de arrebatamento pleno
a plenos pumões

e porque não repetir aqui:
épossívelnãoamarla?

Anônimo disse...

Absurdados costumam entrar pelo canto das coisas, pois sabem logo onde fica o foco. Só essa moça pra dizer que não quer cuidar da ferida de ninguém dessa forma. De tão absurdada. Não quer ser flor que se cheire e nem pasmar olhar acostumado nas paisagens. Mando um beijo e uma caixa de ferramentas pra ajudar na mudança de cenário. Água limpa aqui pra você. Paulo Vigu

diovvani mendonça disse...

Você é preciosa, menina. P-r-e-c-i-o-s-a. É esse brilho, guardado aqui nos meus olhos. AbraçoDasGerais.

J.F. de Souza disse...

1...

Tudo o que é sagrado, eu respeito...

Admiro-te, Marla qrida! A ti a teus escritos! Ainda que eu apareça pouco por aqui pra dizê-lo!

Seja feliz, mulher!

=*

Luzzsh disse...

Uau, querida!

Amei...lindo, lindo texto...

Beijos...

diovvani mendonça disse...

Poema seu musicado? E eu perdi? Manda rápido que estou aguardando.
diovvani@gmail.com
AbraçoDasMOntanhas.

E.T.: +- 1 mês que meu Yahoo não funciona.

Anônimo disse...

flor e espinho moram juntos no mesmo ser...
e não importa se dia fere dia perfuma...
o que importa é ser!

Beijos com gosto de pequi!

diovvani mendonça disse...

Ô morena, você deixe de ser modesta porque agora já virou até compositora. Olha, gostei da música, apesar do volume da gravação, estar um pouco baixo. Está apenas com violão, né? Fiquei imaginando com uns arranjos, ficará melhor ainda. Dê parabens, ao seu parceiro.
Tire aquele texto do forno, pois quero ver as coincidências. AbraçoDasGerais.

Anônimo disse...

O texto é belíssimo, mas o final... está guardado aqui comigo.

Saudade, minha querida. Não comento, mas volta e meia venho aqui te ver.

Beijos com amor.

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A poesia acontece quando as palavras se abraçam...