domingo, janeiro 21, 2007

Chuva guardada...


Foto: Rafaela
Cada um fez o que pôde diante do que sentia, por isso desaprendi aquele apego que eu tinha a nossa história, à importância da tua companhia, (escolhi esse vento na cara e a canção alegre cantada aos berros levando a mão ao peito pra me amparar do que quase dói no refrão), tuas coisas eu não sei se deixo naquele endereço ou te devolvo pessoalmente e peço inda o reembolso, um último abraço...(pra que a gente se espalhe, se expanda,até que a distância seja suportável, até que nem isso, que nem se pense em nada mais)...só tenho achado que você anda calado e tristonho, só tenho achado que às vezes fico calada e tristonha, (não é saudade é uma mania que eu tenho de recordar o que foi bom), hesito em devolver as tuas coisas pra não ter que me despedir do teu olhar novamente, (logo agora que eu quase já nem lembro mais do dia em que segurei nas pontas da saia longa e corri pro mar, na chuva, com a liberdade de quem dança nua e, depois, aquele nosso último beijo,só mais um, combinamos, só mais uma vez),e depois eu voltando pra casa impregnada de sal, areia e despedidas...
Um último abraço, quem sabe, e eu devolvo o que ficou de ti, aqui.
(E você me reembolse essa distância com uma última poesia... ou com algo mais forte que esgote definitivamente esse adeus).
*
*
*
Marla de Queiroz

19 comentários:

mg6es disse...

guardo tudo, ou aguardo tudo voltar?

é que adeus na chuva dói mais.


amormaço.

vc!

bjoss

Anônimo disse...

ai, marla...
deu tremeliques cá dentro...
um abraço, tão apertado quanto o peito....
:*

Anônimo disse...

Já gostei de você só lendo o 'perfil'...o resto então nem se fala!

Anônimo disse...

Doce Marla...

... pela primeira vez não sei o que dizer...

... ... ... ... ...

Fique em paz!
Bjs com carinho,
Cacau.

Anônimo disse...

parabéns, marla, pelo aniversário deste teu ótimo recanto de palavras. e receio que algumas distâncias jamais se esgotem, ainda depois do adeus... 1 beijo

Leandro Jardim disse...

em quem há-braços
não há como recusar um seu
a não ser numa condição
a conotoção da despedida
pois em ninguém há de caber
você nunca mais na vida
*
Belo texto, que toca fundo minhas portas abertas!
*
BeiJardins

Rayanne disse...

Alfinetes rolaram debaixo dessas palavras.
Entendi?

Amo você.

Saudas tantas

***Estrelas muitas***

Anônimo disse...

Virão... outras canções, outros refrões. Como também suas palavras embaladas em poesia que sempre me encantam. AbraçoDasGerais.

Lubi disse...

Chorei.
E lágrimas falam emoção.

Beijo.

Anônimo disse...

É... também sou péssimo para despedir dos olhos dela, quando pareço um cachorro babão de tanto amor. E também sou péssimo para últimos beijos. Dependendo de mim o último nunca chega. Entendo o que se passa com essa moça. Riodaqui leva beijo da pedra da beira que Marla escolheu. Paulo Vigu

Anônimo disse...

Doeu aqui...

Fique bem.

beijos

Cecília Braga disse...

"Deixa em cima desta mesa a foto que eu gostava
Pr'eu pensar que o teu sorriso envelheceu comigo
Deixa eu ter a tua mão mais uma vez na minha
Pra que eu fotografe assim meu verdadeiro abrigo
Deixa a luz do quarto acesa a porta entreaberta
O lençol amarrotado mesmo que vazio
Deixa a toalha na mesa e a comida pronta
Só na minha voz não mexa eu mesmo silencio
Deixa o coração falar o que eu calei um dia
Deixa a casa sem barulho achando que ainda é cedo
Deixa o nosso amor morrer sem graça e sem poesia
Deixa tudo como está e se puder, sem medo
Deixa tudo que lembrar eu finjo que esqueço
Deixa e quando não voltar eu finjo que não importa
Deixa eu ver se me recordo uma frase de efeito
Pra dizer te vendo ir fechando atrás da porta
Deixa o que não for urgente que eu ainda preciso
Deixa o meu olhar doente pousado na mesa
Deixa ali teu endereço qualquer coisa aviso
Deixa o que fingiu levar mas deixou de surpresa
Deixa eu chorar como nunca fui capaz contigo
Deixa eu enfrentar a insônia como gente grande
Deixa ao menos uma vez eu fingir que consigo
Se o adeus demora a dor no coração se expande
Deixa o disco na vitrola pr'eu pensar que é festa
Deixa a gaveta trancada pr'eu não ver tua ausência
Deixa a minha insanidade é tudo que me resta
Deixa eu por à prova toda minha resistência
Deixa eu confessar meu medo do claro e do escuro
Deixa eu contar que era farsa minha voz tranqüila
Deixa pendurada a calça de brim desbotado
Que como esse nosso amor ao menor vento oscila
Deixa eu sonhar que você não tem nenhuma pressa
Deixa um último recado na casa vizinha
Deixa de rotina (sofisma ) e vamos ao que interessa [erro]
Deixa a dor que eu lhe causei agora é toda minha
Deixa tudo que eu não disse mas você sabia
Deixa o que você calou e eu tanto precisava
Deixa o que era inexistente e eu pensei que havia
Deixa tudo o que eu pedia mas pensei que dava".
*Oswaldo Montenegro - Se puder sem medo
Porque só a música sabe o tempo de sons e de silêncios.
Te Amo! Inda aquele nosso abraço!

Anônimo disse...

E aí sua danada? Olha, fico feliz por aquela música ter colado em seus ouvidos. É bela e pura poesia como você. Abraço n´alma.

Anônimo disse...

parabéns pelo blog e os bons escritos aqui.
beijos.

Anônimo disse...

Ai! "Adeus" prolongado dói mais do que o breve...Percebi, apreendi, captei...aqui!!!
Que texto que mexe e remexe com as emoções quietas da gente, moça!
E mexer com emoções é coisa em que você é expert.É.
Beijo meu.
Dora

Anônimo disse...

nunca entendi para que..
guarda-chuva servia..
se tem certas coisas..
que a gente não..
devia guardar nunca..
feito amores que se vão..
e água que vem do céu..
os dois são bons..
na hora que estão..

te amo menina linda..
saudades de ti viu..

Andréia . disse...

Muito forte , lindo!
Beijo-flor

Anônimo disse...

Marlota,

Fico lendo as tuas letrinhas, cá de longe, morrendo de saudades, querendo te dar um abraço apertado, beber uma cerveja gelada e ouvir a tua risada espalhada. não tenho teu e-mail ou telefone. O meu é driclopes@ig.com.br

Saudades, drica.

Unknown disse...

Guria...
Tu fizestes esta tua fã reviver muitas coisas nesta viagem em 80 minutos neste tour dos teus sentimentos.
Ri, chorei, me angustiei...Mas lavei a alma!
Que bom que aparecestes na minha vida.
Te beijo com ternura e gratidão.

(Vou estar realmente uns 2 ou 3 dias fora, e aí vou aproveitar para realmente resPIRAR, ou me insPIRAR nas coisas bonitas que escreves para crescer mais.)

Postar um comentário

A poesia acontece quando as palavras se abraçam...