Juliana Ferraz
Eu te agradeço por esse afastamento lento e gradual e pela viagem interrompida por seus perpétuos atrasos causados pelo medo de tirar os pés do chão. Agora, a cada dia eu preciso de uma roupa nova desde que minhas malas foram extraviadas para sempre com todo o nosso excesso de bagagem.
Eu te agradeço pela honestidade da sua omissão tão previsível que sempre confundi com meus presságios. Essa ida sem despedida que você covardeou: eu finjo que não sei, você finge que não foi.E a gente segue inventando que ainda se interessa pelo que começamos a construir juntos, num outro contexto, pra realçar nossos vínculos.
Eu te agradeço a descoberta de que se não seguimos juntos nessas coisas do amor,
seja porque talvez
eu, veterana
enquanto
você ama-dor.
Eu te agradeço pela honestidade da sua omissão tão previsível que sempre confundi com meus presságios. Essa ida sem despedida que você covardeou: eu finjo que não sei, você finge que não foi.E a gente segue inventando que ainda se interessa pelo que começamos a construir juntos, num outro contexto, pra realçar nossos vínculos.
Eu te agradeço a descoberta de que se não seguimos juntos nessas coisas do amor,
seja porque talvez
eu, veterana
enquanto
você ama-dor.
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Marla de Queiroz
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10 comentários:
A veterana e o ama-dor.A escritora e a sua dor. O ama-dor, com os pés atolados no chão. A moça em questão, em seu tapete mágico. Aliás, eu, desta faixa otária, vivo a olhar céus azuis, já com umas peças de roupa na mala, esperando ela por aqui passar. Das coisas do amor que essa moça sabe,amador tem que sair fora já.
Per-FEITO!!
como a gente fala aqui na minha terra, tu num é gente, não!minina!
vc consegue dizer tudo com simplicidade.
muito bom!
Ás vezes fico pensando se isso é comigo...mas poderia ter sido dito há anos, não agora...na verdade queria ser o foco até de um pouquinho da sua aflição contemporânea...será que eu nunca fui o protagonista do seu poema?
Queria ter sido, queria ser se ainda não fui.História eu te dei.
Mas acho que vc desistiu dela bem antes de começar a ficar tão bom quanto poderia ser.
Ah, dona Marla...
A mulher das temperaturas! rsrsrsrs
Saudade sempre.
Não esqueço nunca.
Vou te ligar, vc tá escrevendo cada vez melhor.
Muito sucesso.
Nem sempre comento, mas te leio e sorvo cada palavrinha do que vc escreve.
Beijo! =)
Bb (www.bblinda.blogger.com.br)
"eu veterana....você ama-dor..."...
Você tem o dom querida!!!!
Parabéns!
amar amar-la marla é tao fácil...tao água..tao vastidao de mar
beijos
Carol Montone
Marlinha da dor tão bonita,
Dia passa, vida passa; só não passa o eco dessa coisa infinda:
texto teu, tão pura graça...
Beijogrande!!! Sucesso sempre.
Ps: Dê uma olhadinha num site que tenho cuidado: http://expectante.info/
Não há estas belezas de palavras irretocáveis, mas há uns textos tocantes, de outros horizontes; ramos espirituais...
Ah, linda, como disseram aí em cima: perfeito.
Tão, que falta palavra.
Um beijo.
"E a gente segue inventando que ainda se interessa pelo que começamos a construir juntos, num outro contexto, pra realçar nossos vínculos."
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A poesia acontece quando as palavras se abraçam...