quarta-feira, maio 16, 2007

Sobre resgates

Foto: Rafael Soledade Matos


Não aprendi a empinar pipas, mas a empilhar frases. E tive que me familiarizar com desmoronamentos. Por isso, procuro palavras regeneradas que façam algum traço de cor no céu. Eu não aprendi a desenhar fatos novos, mas a restaurar letras encontradas em entulhos e paisagens adoecidas pelo tempo. Às vezes, entre os destroços, eu descubro paradoxos como um mar de águas-vivas mortas. Às vezes, entre os escombros, eu recupero uma alegria virando pelo avesso a tristeza empoeirada. Um dia, eu reconstruí um poema apenas com os detritos de uma flor. E ressuscitei uma metáfora que estava dentro de uma frase irrecuperável...

Minha poesia nada mais é do que a tentativa de resgatar
essas emoções soterradas.
*
*
*
Marla de Queiroz
*
Ganhei um presente do meu amigo querido, Lelê Teles.

23 comentários:

Rodrigo Scaliante Ariza disse...

que bom que gostou...
mastigo seus escritos nas sobremesas.

beijos

Anônimo disse...

Sua poesia resgata muita coisa boa aqui dentro de mim. É bom demais vir aqui, sempre!

Bjs

janao disse...

é sempre bom vir aqui resgatar essas emoções soterradas ;)

Clóvis Struchel disse...

Por isso esta esfera de presságios no ar, "resquícios de sentimentos diversos, emoldurados por palavras ao vento..."

lembra? rs...



Meu beijo, moça bonita.

Vamos marcar um choppinho qualquer noite dessas?


Inté.

Anônimo disse...

Deliciosa,
Te mandei e-mail.
Teu poema mais lindo do mundo!
Vc resgata existências inteiras.
E traz à tona os melhores sonhos.


Beijo no sorriso lindo!

Anônimo disse...

Há muitas metáforas entre destroços e o empilhar frases daqui doma leitores afoitos. Negritos pesados e o resto leve do texto formam duas avenidas em meu olhar. Gosto sempre da sua casa. Me ensina a render assim, que eu te ensino a empinar pipas. Riodaqui pra você.

Anônimo disse...

Gosto desse jeito de ver o mundo. Da poesia dentro da poesia.
Parece uma colcha de retalhos, como o filme de mesmo nome, e que no fundo traz uma bela mensagem.
Mto bom.

É isso ai.
Bjs

Alê Quites disse...

A fotografia da sua postagem está a minha cara.
Salve as lindas palavras!
Beijos*

Anônimo disse...

E antes mesmo de chegar no fim, eu já estava chorando...

Um jardim florido para você é pouco. :,o)

Beijos com amor.

diovvani mendonça disse...

"eu descubro paradoxos como um mar de águas-vivas mortas"

Mas que bonito... né? Sá morena... fazer VIVER está maravilha.

AbraçoDasMontanhas.

P.E.: Enviei para você, fotos da árvore.

Buda Verde disse...

perfeito!!!

palmas!!!
grande abraço.

Anônimo disse...

Eu sou derretida além da conta, flor! Sou uma daquelas pessoas que choram quase todos os dias... O lado bom é que não vou ter problema no coração por mágoa contida, hahahahaha. E pior que quando eu te digo que chorei ao ler o texto, é porque chorei mesmo.

Beijos doces e com amor.

Crispi. disse...

Lindo seu jeito de se expressar. Amei!

Ricardo Rayol disse...

A tua poesia fecha com a minha.. um gesto libertário.

Obrigado pela visita ao Cantábile e pelo comentário gentil.

Lelê Teles disse...

Aceito, aceito tudo. Hoje mesmo farei um edredon com com os poemas que me mandaste. Sussurrar na orelha de teu livro, ficar marcado em tua página, como saliva de leitor, escrever nas costas distraídas do poema... Sim, e essa de casar nomes, com as alianças da ternura.
Deixar que repousem as água-vivas mortas!
Duas coisas que me fazem levitar como leve pluma: o sexo tântrico e os versos teus!

Leandro Jardim disse...

E resgatas tanta poesia no coração da gente!

Larissa Marques - LM@rq disse...

Grata por sua visita e doce comentário. Prazer conhecer-te em letra, forte e com estilo...
Beijo, voltarei mais vezes.

Larissa Marques - LM@rq disse...

Ficaria imensamente feliz se topar participar do:
www.manufatura.blogspot.com
se aceitar escreva pra mim no:
larissapin@hotmail.com com o assunto manufatura, que te mando o convite blogger.

A Autora disse...

Marla
escrever-se é escrever-se como diria o poeta e vc sabe fazer isso como poucos.....liiiiiinda associação de palavras feias.....nada como um dom para fazer de tudo...arte....
beijos
Carol Montone

Anônimo disse...

com muita propriedade sempre.

José Miguel Ferrer disse...

Gostei muito do teu blog!
Os teus poemas são lindos!
Beijos,
Miguel

flaviooffer disse...

Caramba..."Minha poesia nada mais é do que a tentativa de resgatar
essas emoções soterradas."

o texto é muito bom, mas este fechamento é espetacular! Parabéns!
Amei.
Bjos no coração!
Paz e Literatura sempre!

Cecília Braga disse...

Cidades inteiras.
Arqueologia no verso.
beijo nessa tua alma linda, Airumã.

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A poesia acontece quando as palavras se abraçam...