domingo, maio 26, 2013

QUANDO HÁ FETO


Uma ventania no meu corpo ventre, 
afeto se exacerba se há feto após semente. 
Mudo o meu semblante, pele, poros, valores, planos. 
Será, talvez, o único amor onde não caibam desenganos.

Todas as minhas formas vão se amoldando. 
Há além de um EU, um ser tão MEU, 
que sendo em si dentro de mim, é também Mundo. 

Uma ventania no meu corpo ventre mudou todos os meus rumos. 
Como te dizer, se ainda desconheço a tua face, deste amor que já é tão profundo? 

(Flor que desabrocha, pétala por pétala. Tantas no jardim, mas só me atento a esta).

Eu te gestei por meses, guardando como MEU. 
Mas quando vi teu rosto, quem nasceu fui EU.

Marla de Queiroz

4 comentários:

Unknown disse...

Tens tanto o dom de captar o Outro, que escreves como quem já foi mãe!

Lindo guria!

Dani Cristina disse...

Amo sua poesia!!
Definiu-me.

Unknown disse...

chorei...

Sueli disse...

Um poema sublime...que nos traz a certeza do infinito que somos. Peço autorização para guardá-lo e, ao mesmo tempo expô-lo no meu blog despretensioso. Muito agradecida.
Sueli (blog Ouriço Elegante)

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A poesia acontece quando as palavras se abraçam...