Uma ventania no meu corpo ventre,
afeto se exacerba se há feto após semente.
Mudo o meu semblante, pele, poros, valores, planos.
Será, talvez, o único amor onde não caibam desenganos.
Todas as minhas formas vão se amoldando.
Há além de um EU, um ser tão MEU,
que sendo em si dentro de mim, é também Mundo.
Uma ventania no meu corpo ventre mudou todos os meus rumos.
Como te dizer, se ainda desconheço a tua face, deste amor que já é tão profundo?
(Flor que desabrocha, pétala por pétala. Tantas no jardim, mas só me atento a esta).
Eu te gestei por meses, guardando como MEU.
Mas quando vi teu rosto, quem nasceu fui EU.
Marla de Queiroz
4 comentários:
Tens tanto o dom de captar o Outro, que escreves como quem já foi mãe!
Lindo guria!
Amo sua poesia!!
Definiu-me.
chorei...
Um poema sublime...que nos traz a certeza do infinito que somos. Peço autorização para guardá-lo e, ao mesmo tempo expô-lo no meu blog despretensioso. Muito agradecida.
Sueli (blog Ouriço Elegante)
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A poesia acontece quando as palavras se abraçam...